terça-feira, 30 de março de 2010

A HISTÓRIA DOS BATISTAS

O nome Batista nasce com João Batista que no séc I praticava o batismo com seus seguidores. Segundo a narração do Evangelho de Lucas, João Batista era filho do sacerdote Zacarias e Isabel, prima de Maria, mãe de Jesus. Foi profeta e considerado pelos cristãos como o precursor do prometido Messias, Jesus Cristo.
Batizou muitos judeus, incluindo Jesus, introduziu o batismo de gentios nos rituais de conversão judaicos, que mais tarde foram adotados pelo cristianismo.
Os batistas interpretam o batismo - imergir em água - como uma exposição pública de sua, um ato simbólico de morte e nascimento para uma nova vida.
Quanto ao termo "batista" tem também suas origens com os anabatistas. Por volta do século XV na Suíça considerado um dos territórios mais livres da Europa nesse período existia uma liberdade sem igual. O feudalismo e o papado não exerciam poder nessa terra de soldados mercenários. Foi então que alguns filósofos teólogos, se assim podemos chama-los, despertaram em pró de ideais que revolucionariam o mundo. Um mundo que não voltaria a ser o mesmo depois da influência e atuação desses pensadores que foram influenciados pelo trabalhar de um livro chamado Bíblia.





No norte da Suíça, Ulrico Zuínglio (1484-1531), pertencente a primeira geração de reformadores, filho de fazendeiro e Juiz, teve a oportunidade de receber uma educação para o sacerdócio, em 1502 estudou na Universidade de Viena, depois na Universidade da Basiléia onde se formou bacharel em artes. 
Depois de dois anos recebeu o grau de Mestre, seu maior interesse era por ciências humanas.
Em 1506 serviu na paróquia da cidade de Glarus como sacerdote ao papado de Roma, capelão fervoroso e patriota suíço.
Suas inclinações humanistas o levaram a interpretar as cartas de Paulo a luz da filosofia de Platão, onde foi muito enfático no aspecto ético do cristianismo.
Em 1516 a 1518 pastoreou a igreja em Einsiedeln, nesse período começou a se opor às indulgências e a imagem de Maria divulgada e pregada pela Igreja de Roma.
Em 1519 acorreu e a sua conversão, após ter contato com as idéias de Lutero e em meio a uma epidemia de peste bubônica que o comoveu.


A primeira bandeira levantada por Zuínglio foi a questão dos dízimos, passou a divulgar a sociedade que não havia base Bíblica para uma obrigatoriedade, mas era uma questão voluntária, que acabou abalando as bases financeiras da Igreja de Roma.


Casou-se às escondidas em 1522 com Ana Renhiard e só em 1524 tornou público seu casamento.
Em 1523 Zuínglio publicou 67 artigos que embasavam a salvação pela fé em Jesus Cristo, a supremacia de Jesus Cristo na Igreja, e o direito dos sacerdotes se casarem.


Em 1522 Zuínglio foi estorvado por seus seguidores, conhecidos como anabatistas, devido sua insistência no rebatismo dos convertidos.
Por volta de 1531 Zuínglio tentou conquistar Genebra com sua nova descoberta teológica embasada nas Sagradas escrituras, juntou-se aos soldados como capelão e foi morto em combate.
Zuínglio o maior humanista dos reformadores, sustentou a autoridade absoluta da Bíblia, foi contra a qualquer religião que não se enquadrava aos princípios bíblicos, aceitou a predestinação incondicional para salvação, cria que somente aqueles que ouviram o evangelho e o rejeitavam estavam predestinados à condenação.  A ceia do Senhor era uma comemoração e não uma repetição da Expiação e que o crente por meio de uma reflexão na morte de Cristo, recebe a benção espiritual. O pecado era concebido como uma doença moral e as crianças poderiam ser salvas por Cristo sem o batismo.


O movimento anabatista esta proximamente ligado ao movimento zuingliano do norte da Suíça, mas podemos dizer que os anabatistas surgiram dentro do movimento de fé reforma na Suíça e foi a partir daí que chegou a Moravia e a Holanda e outra regiões.
A insistência de Zuínglio na Bíblia como fundamento de vida para os pregadores e seguidores encorajou a formação dos conceitos anabatistas, ou seja o que chamamos hoje de Batistas.


Conrad Grebel (1498-1526) pode ser tido como fundador do movimento anabatista suíço.
Estudou em Viena e Paris. Converteu-se em 1522, trabalhou com Zuínglio.





Felix Manz (1498-1527) líder muito influente no meio anabatista.






George Blaurock (1492-1529) batizou Grebel e foi um grande líder anabatista.


Balthasar Hubmaier (1480-1528) um dos primeiros anabatistas alemães, doutor em Teologia, pastoreava em Waldshut perto da fronteira da Suíça onde teve o contato com movimento. Ele e mais 300 seguidores tiveram que fugir para Zurique por causa das autoridades Austríacas, e daí para Moravia onde assumiu a liderança de todos os seguidores de Zuínglio, e milhares de moravianos que se converteram as idéias anabatistas. Por ordem do imperador foi queimado em uma estaca em 1528 e sua esposa foi afogada no ria Danúbio pelas autoridades católicas romanas.
Em todo tempo da sua liderança ensinou a separação do Estado e a Igreja, a autoridade da Bíblia e o batismo dos crentes.

Em 1529 em Estrasburgo Melchior Hoffman (1495-1543) esperava a vinda do Milênio, foi substituído como líder dos anabatistas pelo padeiro Jan Matthys.





Um padrão de vida comunitário baseado em Atos dos Apóstolos, Igreja Primitiva, foi desenvolvido na Moravia, guiados inicialmente por Jacó Hutter (morto em 1536). A perseguição os atingiu e foram levados para Hungria, Ucrânia, e depois em 1874 para Dakota do Sul nos Estados Unidos e província canadense de Manitoba e para o Paraguai onde praticam até hoje um comunismo agrário em base voluntária.


Em 1536 na Holanda Menno Simons (1496-1561) aceita as idéias dos anabatistas e abandona o sacerdócio da Igreja Romana. Assume então a liderança dos anabatistas, assim chamados, “Irmãos”, nome que os anabatistas da Holanda criaram para evitar o estigma do nome anabatista, depois da morte de Menn ficaram conhecidos como os menonitas, conseguindo sua liberdade religiosa em 1676. Movidos pela perseguição anterior fugiram para Prússia, depois Rússia, mais tarde migraram as Américas do Norte e Sul.


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